A segurança da escuridão
Estou perigosamente entretido há mais de duas horas, ou melhor, há mais de 3. Tenho os olhos presos a páginas que me empurram a imaginação e me dão um acréscimo talvez até desnecessário na vontade de embarcar logo na próxima viagem, que, em tempo explico, já não tem os contornos tão definidos de outrora. Leio Amir Klink; seu incrível relato de uma travessia transatlântica movida à remo, vento, correntes, e pelo poder da mente.
O perigo é o fato de que tenho uma prova, que já promete ser perigosa o suficiente por si só, aliada à idéia de que o fracasso nos resultados finais do ITA desse semestre determina o aborto completo da tão sonhada viagem - batam em alguma madeira AGORA!
É estranho que uma força motivadora seja também uma força que me empurra pra longe da viagem. Mas o acaso parece estar ao meu lado. Subitamente, o H8 ficou sem luz alguma, sendo que agora é impossível ler. Ninguém pode estudar, e eu não posso mais ler. Sou forçado portanto a dormir, e terei mais gás pra estudar amanhã.
É legal ver o H8 sem luz. Grandes amigos e já velhos conhecidos se reunem e ficam batendo papo nas áreas verdes da nossa casa, à luz da lua, sob o céu vermelho que eu tanto odeio. Gritando que melou alguma prova ou que alguma turma se fodeu. Por outro lado é triste ver que, quando volta a luz, 2 minutos após o retorno dessa energia, toda aquela outra é sucateada em troca de um teclado e alguns programas de computador.
Vamos que temos que ir, mas "first things first": amanhã, o projeto de viagem é estudar aerodinâmica, a 45 dias da viagem.